MATERIAIS EDUCATIVOS
EDUCAÇÃO HUMANITÁRIA – EDUCAR PARA O RESPEITO À VIDA
Para Professores, Escolas e Alunos
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VÍDEOS EDUCATIVOS do Instituto Nina Rosa
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“FULANINHO, O CÃO QUE NINGUÉM QUERIA”
http://www.youtube.com/watch?v=gn1ISZY31H0&feature=player_embedded
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“CRIANDO UM AMIGO” – sobre a guarda responsável de animais de estimação
http://www.youtube.com/watch?v=SneLuzEObNg
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“VEGANA” (animação temática)
www.youtube.com/watch?v=mt-zeqYGXa4
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“O GATO COMO ELE É”
www.youtube.com/watch?v=G20187Ygidk
“A CARNE É FRACA” – DOCUMENTÁRIO
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PROBEM
Este programa da Prefeitura de São Paulo oferece Material Didático para Professores
http://www9.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/sms/probem/professores/index
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LIVROS INFANTIS
de Cesar Obeid – escritor, educador e contador de histórias
O Valente Domador, O Cachorro do Menino, Rimas Saborosas, Aquecimento Global Não Dá Rima com Legal…
Site do autor – http://www.teatrodecordel.com.br
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MÚSICAS
Dá no Pé, Louro!
Vídeo elaborado pelo Núcleo de Educação Ambiental do Ibama no Piauí, sobre o Tráfico de Animais Silvestres
http://www.youtube.com/watch?v=ivv_arfSAZ8
Animal Sente
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CARTILHA EDUCATIVA
do Projeto Ulinha para Crianças sobre Direitos Animais
http://www.uniaolibertariaanimal.com/site/index.php/projetoulinha/cartilha-educativa.html
11 DICAS de como ensinar Direitos Animais para crianças
LIVRINHOS sobre a vida dos animais
http://www.uniaolibertariaanimal.com/site/index.php/projetoulinha/dicas-ulinha.html
JOGO de Tabuleiro “Vida Animal”
http://www.uniaolibertariaanimal.com/site/index.php/projetoulinha/jogo-vida-animal.html
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PARA PROFESSORES
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LIVRO
“Educação Vegana: tópicos de direitos animais no ensino médio”
LEON DENIS, Professor de Filosofia na Rede Estadual de Ensino de São Paulo
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ARTIGOS
http://www.pensataanimal.net/arquivos-da-pensata/117-leondenis
http://www.anda.jor.br/category/colunistas/leon-denis-colunistas
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Artigos sobre ZOOLÓGICOS
O que uma criança aprende ao ver animais que foram retirados de seus habitats naturais e vivem confinados em zoológicos?
https://www.gatoverde.com.br/textos-artigos/sobre-zoologicos/
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HISTÓRIAS
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CAMELOS
Uma mãe e um bebê camelo estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:
– Mãe, mãe, posso te perguntar umas coisas?
– Claro! O que está incomodando o meu filhote?
– Por quê os camelos têm corcova?
– Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.
– Certo, e por quê nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?
– Filho, certamente elas são assim para permitir caminhar no deserto. Sabe, com essas pernas eu posso me movimentar pelo deserto melhor do que qualquer um! – disse a mãe, toda orgulhosa.
– Certo! Então, por que nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.
– Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! – disse a mãe com orgulho nos olhos.
– Ah… A corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos das areias e do vento do deserto. Então, o quê estamos fazendo aqui no Zoológico?
(Autor desconhecido)
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DA UTILIDADE DOS ANIMAIS
(Carlos Drummond de Andrade)
Terceiro dia de aula. A professora é um amor!
Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios.
É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a.
Eles têm direito à vida, como nós, e além disso são muito úteis.
Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente? Cachorro faz muita falta.
Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca… Todos ajudam.
– Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?
– Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pelo se fazem perucas bacanas. E a carne, dizem que é gostosa.
– Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?
– Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.
– Ele faz pincel, professora?
– Quem, o texugo? Não, só fornece o pelo. Para pincel de barba também, que o Arturzinho vai usar quando crescer.
Arturzinho objetou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade do canguru.
– Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente. Não falando da carne. Canguru é utilíssimo.
– Vivo, ‘fessora’?
– A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz… produz é maneira de dizer, ela fornece… quer dizer… bem, com o pelo dela nós preparamos ponchos, mantas, cobertores etc.
– Depois a gente come a vicunha, ‘né fessora’?
– Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que depois torna a crescer…
– E a gente torna a cortar? Ela não tem sossego, tadinha!
– Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo e seu couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Também se aproveita a carne, sabem?
– A carne também é listrada?- pergunta a Betty, que desencadeia riso geral.
– Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito as coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pinguim? Este vocês já conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer trazido pela correnteza. Pensam que só serve para brincar? Estão enganados. Vocês devem respeitar o bichinho. O excremento – não sabem o que é? O cocô do pinguim é um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito da gordura do pinguim…
– A senhora disse que a gente deve respeitar.
– Claro. Mas o óleo é bom.
– Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.
– Pois lucra. O pelo dá escovas é de ótima qualidade.
– E o castor?
– Pois quando voltar a moda do chapéu para os homens, o castor vai prestar muito serviço. Aliás, já presta, com a pele usada para agasalhos. É o que se pode chamar de um bom exemplo.
– Eu heim!?
– Dos chifres do rinoceronte, Bela, você pode encomendar um vaso raro para o living da sua casa.
Do couro da girafa, Luís Gabriel, pode-se tirar um escudo de verdade, deixando os pelos da cauda para Tereza fazer um bracelete genial.
A tartaruga-marinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não calculam! Come-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras… tanta coisa.
O biguá é engraçado.
– Engraçado, como?
– Apanha peixe pra gente.
– Apanha e entrega, professora?
– Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.
– Bobo que ele é…
– Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?
– Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pelo, o couro e os ossos.
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(Texto extraído de Drummond, Carlos de. De notícias e não notícias faz-se a crônica. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975)
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Vídeo
(10′) Adaptação do conto homônimo de Carlos Drummond de Andrade, o vídeo questiona a relação que estabelecemos com os animais dentro de um conceito utilitarista, onde os tratamos como propriedade e meios para nossos fins.
Rodado no Povoado de São Jorge na Chapada dos Veadeiros em Goiás, dirigido por Betânia Victor.
DA UTILIDADE DOS ANIMAIS
http://www.youtube.com/watch?v=tC2RflxqaNU
A UTILIDADE DOS ANIMAIS
https://www.youtube.com/watch?v=UFebWAMt8hc
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FRASES
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“Uma educação verdadeira leva à sensação expansiva de amor por toda a criação.” (P.R.Sarkar)
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“A mente dos animais se constitui na liberdade física que o animal exerce de mover-se para autoprover-se num ambiente onde os limites desse movimento não são impostos seguindo um padrão que interessa aos propósitos humanos. A inteligência dos animais confinados se esvai assim que eles não podem mais usá-la para se autoproverem e proverem os seus. (Sônia T. Felipe, filósofa )
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“A prática da ética deve ser a matéria mais importante no programa de estudos em todos os níveis.” (P.R.Srakar)
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“Quando se trata de como os humanos exploram os animais, o reconhecimento de seus direitos requer abolição, não reforma (…) a verdade dos direitos animais requer jaulas vazias, não jaulas mais espaçosas”. (Tom Regan, professor e autor do livro ‘Jaulas Vazias’)
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“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” (Nelson Mandela)
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“O único jeito de inventar um mundo novo é por uma educação que privilegie valores e princípios morais elevados. Algo que nos faça compreender, desde cedo, o caráter sagrado da existência. …os animais merecem ser protegidos pelo que eles são, como valor em si, não em vista do benefício que nos podem propiciar.” (Laerte F. Levai, promotor público e articulista da ANDA – http://www.anda.jor.br/category/colunistas/laerte-fernando-levai )
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COMENTÁRIO
Lembro-me de uma aula que tive quando tinha 9 anos (no terceiro ano primário) em que a Professora ensinou que a vaca era um animal muito útil porque dela se extraia e se aproveitava tudo. Lembro-me de ficar incomodada ao pensar que, para quase todas as ‘utilidades’ listadas pela professora (carne, chifres, couro), a vaca deveria estar morta. E lembro-me de, certamente para me livrar do incômodo, pensar que se a Professora estava ensinando isso era porque esse era o ‘jeito de pensar normal’. Na época, nunca se questionava os ensinamentos de uma Professora.
Demorei muitos anos para me livrar dessa “normalidade de pensamento” em que os animais são tidos como objetos e produtos para serem usados e explorados para diversos fins , sem direito às suas vidas. Demorei décadas da minha preciosa vida para aprender (ou redescobrir) que a vida dos animais é preciosa para eles. Demorei para saber que não é preciso usar ou explorar animais para qualquer fim – e assim viver melhor e ser mais saudável sem usá-los, matá-los e comê-los. E demorei para perdoar a professora.
Ao produzir esta página, com informações e referências de apoio a professores e escolas, quero dar a ela o meu perdão sincero pois sei que ela foi vítima da mesma (des)educação – a que não considera o direito dos animais às suas vidas sem serem utilizados e explorados pela espécie humana.
Felizmente, os tempos de hoje são ricos em informações fáceis de acessar e espero ajudar professores a ensinarem seus alunos sob um olhar ético diferente da moralidade antropocêntrica ainda vigente. E, felizmente, na minha vida enquanto professora, pude ensinar alguns alunos o que aprendi com a prática do veganismo e até já encontrei ex-alunas em manifestações públicas pelos direitos animais.
Deolinda Eleutério, Professora
GatoVerde em defesa dos Direitos Animais
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